terça-feira, 24 de setembro de 2013

A chuva roubando a vida

É difícil viver sem saber pra que se vive. Sem saber o que se quer. É complicado sentir-se parte de uma folha seca que atravessa mundos ao soprar de um vento desgovernado. É difícil sentir-se confortável ao ser levado pelas formigas, por mais que para isso seja preciso ser um doce. Seria o caso de um doce sem doçura? É como cantar sem melodia. Sorrir sem contagiar a alma. Beijar uma flor sem aspirar seu perfume. Caminhar sem ouvir os passos. É como gritar sem voz. Lembrar do que desconhece. Abraçar sem os braços. É como gelar em chamas. É não fazer sentido algum diante de cada instante, é como não estar vivo.

Me sinto assim ao ouvir a chuva. Desconheço a existência de alguma relação. Apenas vivo esse enigma. A chuva parece mudar meu ser interior. Meu eu deseja o que jamais desejaria em dias considerados normais. Tem vontades absurdas. Necessidades insensatas. Meu corpo e mente, sofrem de um medo oprimido dos dias chuvosos. A chuva tem mistérios que mexem com a minha alma, mas felizmente ou não, isso é algo passageiro, que apenas abala por alguns instantes meu eu psicológico.

Mas é estranho sentir-me como uma desconhecida nos dias chuvosos. Desconheço o que desejo. Desconheço a mim. E apenas reconheço que em algum momento quando a chuva parar o meu eu voltará ao meu corpo, e por mais que tente, não conseguirei decifrar os vestígios que um dia chuvoso pode deixar.

E eu que sempre me senti acolhida pela chuva. Hoje em meio à sua calmaria, sinto-me a navegar em um mar de insegurança, onde o que preciso é ser acolhida, mas tudo que encontro é solidão, silêncio e escuridão. Ou restos de um naufrágio súbito. Queria eu poder decifrar a chuva, mas ela me fornece mais caos do que sua calmaria. Está tudo em perfeito estado lá fora, mas aqui dentro, essa chuva inunda e mata afogado muitos dos sentimentos que passam a tornarem-se desconhecidos, e em meio a esse vendaval, ressurgem coisas que pensava não mais existir por um longo tempo.

O som úmido de gotas que caem em uma sequência melódica, faz com que me sinta em uma vida passageira a qual não vivo, sou levada pelo passar dos dias, o que não é de toda verdade, mas sinto como se fosse. Seria como ser carregada no colo de olhos vendados. Como se dormisse 360 dias do ano. Como se permanecesse em casa 20 horas por dia. Seria como se falasse apenas uma vez por semana. Enxergasse a luz do sol três vezes no mês. Como se sentisse o sabor da vida uma vez a cada semestre.

Nada parece fazer sentido, e de fato não faz. Em dias tomados por esse sentimento de angustia, meu instinto exige que nada disso ocorra de verdade. Intima meu eu a viver de forma mais insana, de forma que aproveite mais cada milésimo de segundo como se eu já não aproveitasse o máximo que posso. Como se eu já não fosse capaz de viver como o vento, espalhando aquilo que encontra, no caso, as coisas boas que levo de lugar a outro. Porque se for pra viver de olhos fechados levada como folha seca, eu prefiro ser o verdejar que se renova a cada primavera, pelo menos assim poderia observar o cantar dos pássaros à minha volta.


E enfim, acho que consegui passar daquela famosa fase do escritor em crise. Fiquei sem escrever textos novos por um bom tempo, as inspirações não rendiam mais do que um ou dois parágrafos, mas espero que tenha sido realmente uma fase passageira. O amor pela escrita sempre prevalesse ♥         ~Beijinhos 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A tampinha da laranja






Sua doçura tem gostinho de infância. É como raspar o fundo da panela. Avistei uma árvore e o gostinho de laranja subiu ao céu da boca. Aquele desejo inesperado subitamente, ou eu comeria, ou passaria até o fim do dia sentindo aquele gostinho habitar meus lábios.

Nos sentimos tão diminuídos quando criança diante do irmão mais velho. Desapontado com nós mesmos após deixar nossa laranja com crateras que acabam com sua escultura, seu desenho à pincel fino. Invejamos o irmão mais velho por dar vida aos traços feitos por Deus. Assim como nos colocamos ao topo de um pedestal da inteligência quando nos permitimos ser capazes de recortá-la em seu molde perfeito. Admiramos como a beleza é possível diante de seus olhos. As mãos que conduzem a faca lentamente por volta de seu corpo milimetricamente pensado. Cada volta com seu glamour. Beleza estonteante acabada por suas mãos. Despir a laranja no desejo de sua doçura. Água na boca insistente, que não pode esperar para admirar mais que alguns segundos a maravilha que é dar o toque final nesta obra de arte. Depois de seu corpo nu, pouco importa as roupas que serão jogadas fora. O foco é premeditado apenas em seu corpo que nossa boca anseia em sentir.

Essa doçura da laranja fez com que lembrasse de meu falecido avô. De como era linda a incansável tradição, de logo após o almoço correr para o pé de laranjeira nos fundos da casa. Ele pacientemente descascava uma a uma as laranjas que os netos lhe pediam. Podre vô, não dava tempo para que também degustasse a fruta, assim que cortava a tampinha da laranja do ultimo neto já havia um outro que queria uma segunda ou uma terceira. Depois que todos ficavam satisfeitos por deixar a árvore em miséria de frutos, íamos brincar em frente a casa. Enquanto ele puxava sua cadeira, cruzava as pernas e fumava seu silencioso cigarrinho, e enfim, degustava descansadamente sua laranja vendo os netos a correr por volta das árvores.

Tratamos o bagaço da laranja como certas coisas em nossa vida. É nele que se encontram os maiores nutrientes e vitaminas e vejam só qual a parte que rejeitamos. É como dizem, que a melhor parte da vida não se encontra onde todos procuram, as coisas boas nem sempre estão nos lugares mais belos ou aconchegantes. A fruta mais doce não está na parte mais baixa da árvore, nem nos maiores frutos. Também não depende da forma como conduzimos a faca. Mas para onde a apontamos, a qual fruto destinamos.


Em meio ao pomar, não são todos os pés que darão apenas frutos amargos, ou apenas doces. Isso pode variar da análise de quem os escolhe. De quem sabe como escolher. De quem sabe como conduzir a faca ao seu alvo. Se a fruta estiver podre, de nada adianta compensá-la com 2kg de açúcar. A doçura cobiçada é aquela que nasce consigo. Aquela contida em seu interior. No entanto, apenas tem a oportunidade de senti-la, quem possui a aptidão de apontar a faca na direção certa. De dar o pulo mais alto para alcançá-la. Quem não mede esforços para conseguir o que quer. Quem se encanta com a leveza do movimento com que o fio da faca traduz a satisfação em ter sido válido cada esforço. O prazer da tampinha da laranja é para aqueles que se empenham em aprender a dançar enquanto despi-la.


E essa foi mais uma crônica publicada no dia 09 de setembro no jornal O Correio. Por falta de tempo (como sempre) acabei demorando pra postar no blog, mas enfim aqui está.      ~Beijinhos da Mih *-*

domingo, 30 de junho de 2013

A gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma com o garoto pedindo esmola na rua. E, porque está acostumado, a rotina faz com que nem o note mais. E, porque não nota esquece a sensibilidade. E, porque não existe mais o que toca o coração, perde a humildade.

A gente se acostuma a sorrir para não transparecer a dor. E, porque sorri sem estar feliz, já não sabe mais qual o sabor de um sorriso verdadeiro. E, porque não lembra como é bom senti-lo, esquece de cativá-lo em outras pessoas. E, esquece de fazer feliz e sentir-se verdadeiramente feliz.

A gente se acostuma de tanto ouvir essas campanhas de agasalho feitas no inverno. E por se acostumar, a gente nem liga mais, o cérebro entra em seu estado automático e nem reconhecemos mais o que significa. E por não notar seu sentido, acabamos por fechar os ouvidos para o “ajudar ao próximo”.

A gente se acostuma por hábito, porque nos acomodamos demais para mudar. E, porque nos acomodamos não vivemos, apenas estamos vivos. E, porque não vivemos, morremos como flores de plástico que nunca exalam perfume algum.

A gente se acostuma a ouvir a chuva sem decifrá-la. E por não ouvi-la em suas mais variadas sincronias de sons perdemos a sensibilidade. E por perder a sensibilidade não notamos nem as pessoas à nossa volta. E por não notar as pessoas, vivemos indiretamente solitários. E por viver dentro de sua solidão nos tornamos egoístas demais para notar o mundo.

A gente se acostuma a ler o jornal e ao fechá-lo não mudar nada em sua forma de pensar. E por não adquirir nenhuma mudança, já não existe mais motivos para ler. E por não ter motivos para ler, os livros são esquecidos. E por esquecê-los é deixado de lado todo o conhecimento escondido por entre as páginas fechadas. E por deixar de lado conhecimentos ricos, é mantida a intelectualidade em estados precários, de forma que, este é o fundamental para o crescimento na vida de todos.

A gente se acostuma a viver atrás do computador. E por se acostumar, esquecemos como é sair para conversar. E porque não é mais preciso sair para manter contato com as pessoas, acabamos por manter-se em um ciclo monótono. E por seguir constantemente neste mesmo ciclo, é esquecido o quanto é valioso um contato pessoal com os amigos.

A gente se acostuma a ouvir as mesmas músicas. E por ouvir sempre as mesmas deixamos de conhecer músicas novas. E por não conhecer novos artistas, deixamos de conhecer novas culturas. E por não conhecermos novas culturas, nos conformamos com o pouco que conhecemos. E por se conformar com este pouco, criticamos aquilo que nem sequer conhecemos.

 Eu sei que a gente vive em uma vida feita de costumes. Mas não devia.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

As coisas por trás do meu mundo

Eu sei que depois das noites frias de inverno vem as tardes lindas de verão. Que os pássaros voltam a cantar. Que as flores se revigoram com as mais lindas cores. Que as folhas renascem e ficam com seu verdejar invejável. Que os agasalhos quentes cedem seus espaços para roupas mais leves. Que a lareira é rejeitada em troca de uma piscina.

Eu sei que depois da tempestade vem o sol. Que o aconchego da casa é abandonado pelo calor das ruas. Que os edredons são recolocados em seus lugares. Que os livros são esquecidos sobre a estante. Que os filmes são deixados na metade. Que o último gole de café é despejado fora sem o menor dó ao ser jogado na pia, sem o mínimo de gratidão na despedida.

Eu sei que depois da noite vem o dia. Que os pensamentos vão embora. Que a tranquilidade e as promessas nos abandonam. Que os encantos se perdem. Que as estrelas deixam de nos guiar. Que o encanto da lua é camuflado pelo dia. Que os sonhos se perdem. Que abrimos os olhos. Que os poemas são esquecidos no segundo verso. Que a mente se perde.

Eu sei que depois da borra vem o café. Que tudo que é quente esfria. Que por trás da água cristalina, existem os resíduos da sujeira. Que antes do perdão vem a mágoa. Que a ilusão trás a lágrima. Que após o líquido ser derramado iram ficar vestígios de um tropeço. Que o vidro quando se quebra não volta a ser o que era.

Eu sei que depois que saímos da cama ela esfria. Que o lado geladinho do travesseiro não dura por muitos minutos. Que o sono não dura para sempre. Que somos interrompidos na melhor parte do sonho. Que as meias nos abandonam no meio da noite. Que perdemos o senso de tempo diante da exaustão.

Eu sei que depois do olá vem o adeus. Que o perfume se expande no ar e vai embora. Que valores se perdem com o tempo. Que a neblina nos deixa cegos. Que o vento não leva somente as folhas. Que chuva não apenas molha. Que depois do furacão as coisas não são mais encontradas em seus devidos lugares. Que uma maré forte pode te levar para o fundo. Que um empurrão pode te dar impulso, ou fazer cair. Que depois de gelo a água derrete.

Eu sei que depois do bem vem o mal. Que junto ao dinheiro está a ganância. Que depois de um elogio existe um porém. Que “eu prometo” não significa mais nada. Que os olhos já não são provas. Que a palavra não é mais válida. Que somos trapaceados por quem canta a vitória mais alta. Que somos esquecidos com o passar dos dias. Que depois do pra sempre, tudo tem seu fim.

Eu sei de tudo isso. E eu sei de muito mais. Sei que eu vivo fingindo, fazendo de conta que de todas essas coisas, eu não tenho noção de nada. Eu sei que meu mundo é melhor. Que faço o que condeno ser o mais adequado. Que nessa terra só eu posso me julgar. Que não existem duvidas. Que eu posso ser quem e como quiser.

Eu sei que no meu mundo os dias não precisam ter fim. Que o livro pode continuar à qualquer hora do dia. Que depois que o café terminar eu posso encher novamente a xícara. Que eu não preciso sair da cama tão cedo. Que os dias de frio não precisam acabar. Que os edredons não precisam terminar de me aquecer. Que depois do bem vencer ele prevalecerá até enquanto achar que ainda é válido. Que se o filme acabar eu sigo com a TV ligada apenas para refletir ao som da música que toca nos créditos, que repete, repete e repete.

Eu sei que a realidade talvez acabe não sendo exatamente como é em meu mundo. Mas ainda assim, eu prefiro fazer de conta que nada sei. Porque sei de tudo aquilo que não devia saber, pois tudo isso tira o gostinho bom que a vida tem. E o melhor de tudo é que meu mundo existe em você e em qualquer um, basta querer vive-lo. 


~E eu como sempre pedindo desculpas pela falta de novidades. Mas a vida é assim, sempre muito corrida, paciência! O jeito é suportar a saudade e ficar com a mente repleta de ideias perambulando. Às vezes surgem algumas coisas pela página do blog, curta (aqui). É isso então, beijinhos da Mih *-*

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A vida em fotobiografia




De uns tempos pra cá parece que somos movidos pelo flash. Me refiro ao flash das inúmeras câmeras com lentes atentas à todo instante. É incrível como nos tornamos tão dependentes das fotografias para viver. Está comendo: foto. Está com os amigos: foto. Está na festa: foto. Está lendo: foto. Está respirando: foto.

As pessoas não tiram mais fotos para recordar momentos, mas sim, para torná-las álbum em rede social. Parece que precisamos estar sempre reforçando o quanto se é feliz, é preciso mostrar-se feliz, é preciso espalhar o sorriso que a fotografia apresenta. Sorrisos estes, muitas vezes forçados apenas para o momento da foto. Parece que a ostentação da felicidade vale mais que a própria felicidade.

As redes sociais parecem exigir a nossa vida em detalhes, por isso é preciso de tantas provas de que realmente vivemos algo, é preciso postar em forma de fotografia tudo que sentimos em viver um momento especial. Veja o ponto em que chegamos, somos ingenuamente manipulados.

Eu sou um belo exemplo, sou manipulada pela fotografia, nem tanto pela necessidade de postar, até porque, acredito que menos de 10% de tudo que fotografo vai parar na internet. Mas eu realmente não sei o que é sair de casa sem uma câmera. Costumo dizer que a Michelle, não é Michelle se não estiver com a câmera na mão. Na verdade, eu não sei explicar isso com exatidão, mas parece que eu quero ter sempre como lembrar dos momentos, devo ser manipulada por minha mente, e não, pela própria fotografia. 

Já é possível montar uma fotobiografia com tanto flash, eu diria que cada sorriso é um flash. Tantas fotografias são boas para podermos recordar depois. No entanto, o que não pode, é tornar-se manipulado pela quantidade de “likes” no facebook que se pode ganhar com um momento registrado por um click.

E eu de novo dando às caras pelo Jornal O CORREIO. Crônica escrita por mim, publicada hoje dia 20 de Maio. Mais uma oportunidade que devo agradecer ao ilustre Vinícius Severo ;D

terça-feira, 23 de abril de 2013

Alterou relacionamento para “O inverno vem aí”


O inverno vem chegando. Os casais estão se formando. Nem estamos tão próximos assim e já está todo mundo louco. Mas o que é isso gente? Isso tudo é medo de passar frio, mas e pra que servem as roupas? Creio eu que para nos refugiar do frio. Qual o motivo do desespero, medo de ficar carente e sozinho? Nossa, quanto medo do inverno hein.

Agora vão dizer que só eu noto a mudança até mesmo nas músicas. Fala sério, só com a palavra “inverno” os solteiros já se arrepiam. Vem chegando essa época do ano e os lançamentos musicais mudam, notaram?

Vai entrando a primavera o funk toma conta das paradas de sucesso, sai gente até dos bueiros cantando os novos ritmos funk que vão agitar a galera (que por sinal ficou solteira pro verão). Vai baixando a temperatura e os sertanejos surgem do além, trazendo suas mais variadas letras e melodias, como sempre doces e descornadas (como o pessoal costuma dizer).

Mal fez uns dias de frio e está geral louca atrás de um companheiro (a) pra passar esta estação. Depois ninguém sabe o motivo pelo qual nenhum namoro de hoje em dia da certo. Começam relações por estação do ano. Algo que começa sem um sentimento inicial não vai pra frente mesmo. É preciso amar pra depois falar de amor.

Vem chegando o verão e esses mesmos casais que começaram o relacionamento pelo inverno, vão dando suas desculpas para terminar. Sinto pena daquela parte do namoro que acreditava que era realmente verdadeiro. Onde esse mundo vai parar. Não vim aqui falar de amor, mas né, uma hora a credibilidade acaba.

Digo tudo isso pelo que vejo. Todo mundo à minha volta procurando um (a) namorado (a) porque o inverno está chegando. Desculpa sociedade, mas não penso na vida como uma coisinha pequena assim. Critico e critico mesmo, porém não julgo, cada um faz o que quer da sua vida. Mas como já disse, tenho pena pelos que são feitos de trouxas na relação e não, dos verdadeiros trouxas.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Quando as palavras faltam


E o que dizer quando palavras não são mais suficientes para descrever a tamanha falta que alguém é capaz de fazer na sua vida? E o que fazer quando as forças parecem se desmoronar em lágrimas? O pior, é pensar mesmo que em subconsciente que por mais que busque forças absurdas, nada parece ser necessário. Às vezes nada é suficiente. Às vezes, é da pior forma que acabamos descobrindo que existem coisas na vida que não voltam e isso dói. Dói mais que uma facada no peito, mais que bater o dedinho no sofá, mais que queimar a língua com chocolate quente...

É uma dor que não se explica. Ela só corrói, de dentro pra fora, e vai te levando aos poucos. A gente sente perder pedacinho após pedacinho de si mesmo, no entanto, as lágrimas deslizam pelo rosto, pois não há nada que possa ser feito. Não existem forças suficientes. Acabamos por observar cada pedacinho ser levado como uma fila de formigas que carrega folhinhas para o formigueiro. É como se fossemos a folha e cada pedacinho levado é um pouquinho de nós.

As palavras faltam. A voz falha. A boca seca. As forças somem. Tudo vira filme. As coisas perdem dimensão e o silêncio fala por si só. Fala a cada um de uma forma diferente. Fala de acordo com quem o interpreta. O silêncio fala, no entanto na diversidade das vezes o ouvimos de forma errada. Não sabemos ouvi-lo corretamente, o que nos faz tomar atitudes equivocadas.

Talvez, nem sempre o silêncio seja a melhor resposta como muitos julgam. Sempre que possível deixe as palavras tomarem conta de você. Liberte-se de si mesmo. O silêncio trás más interpretações e você é responsável quanto a isso. Não exija de ninguém a responsabilidade e obrigação de interpretá-lo de forma correta. Isso cabe a você. O silêncio emite uma diversidade de coisas que chegam de diferentes formas a cada pessoa.

Pode não parecer, mas ainda existe força em algum lugar, então fale. Fale mesmo que ninguém entenda. Fale mesmo que ninguém preste atenção ou até nem ouça. Apenas fale, coloque pra fora. O efeito de uma dor presa dentro de si trás estragos à alma.

A dor é necessária. E não esqueça que o melhor remédio geralmente é o mais amargo ou o mais ardido, porque afinal, o que arde cura.


~Nossa, quanta saudade, são tantas ideias de novidades pra postar e tão pouco tempo pra me dedicar, mas um dia isso ainda vai mudar, pois sei o que gosto, e não me desprendo desse paraíso tão facilmente. Beijinhos da Mih, que morre de saudade de poder estar aqui sempre *-*

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fora dos trilhos

Ooiii, nossa quanta saudade! Devo milhões de desculpas pelo grande sumiço, mas peço a compreensão de vocês, pois as coisas por aqui não estão das melhores, tempo corrido e sempre muita coisa pra fazer. Saudade de poder escrever sem limites, alias, saudade é o que não falta. Hoje tô aqui, amanhã não sei ao certo.

É isso gente, arrumei um tempinho, mas não sei quando volto por aqui, espero que gostem do texto de hoje e quem quiser curte a página lá no face pra ficar atualizado, basta clicar (aqui).
~beijinhos da Mih *-*

Afinal, quem disse que coração vazio não segue em frente? Tenho pra mim que coração vazio vai mais longe, isto, vendo do ponto de vista em que vejo ao escrever. Não estou criando afirmações, mas sim, apontando minha forma de ver, um porém, uma ênfase contra tudo aquilo que costumamos ouvir.

Coração vazio não é sinônimo de solidão, nem tampouco de tristeza. Onde está escrito que deve ser assim e qual a regra deste triste jogo? Triste? Por quê? Coração vazio o vento leva, leva longe, leva alto. É como um trem desgovernado, não passa sempre pelo mesmo local, não é vítima das mesmas paisagens, não leva bagagens onde vai. Vai onde quer, onde tem vontade. Não fica preso a lugar algum. Vai por onde o vento sopra.

Eu por exemplo, prefiro viver como um trem fora do trilho, não gosto do mesmo caminho. Não quero admirar para sempre as mesmas coisas. Gosto de ver e descobrir novos horizontes e poder ir em busca deles. De coração vazio, o vento leva.

Mas o que é o vazio do coração? Sinto a leveza, mas não sinto o vazio, pois está cheio de valores, alguns já perdidos por esses vagões da vida. Devem estar espalhados pelos trilhos do trem ou devem ter sido deixados para trás em alguma de suas paradas, estão abandonados em alguma de suas estações.

Coração vazio cabe mais, por isso quando me deparo a uma estação repleta de valores perdidos o anexo em meu ser. Creio eu, encher meu coração de coisas boas e leves. Quero poder ocupar cada pedadinho e não desperdiçar nenhum cantinho com coisas bobas e fúteis, não quero sobrecarregá-lo de coisas desnecessárias. Meu Coração é grande, o pedágio é a sinceridade. O que for leve e verdadeiro entra, do contrario sai.

Não quero pesos, não quero bagagens. Apenas quero que o vento leve, leve pra longe, por onde ainda não passei. Quero novas paisagens. Voar alto é o meu limite. Não me prenda ao chão, não nasci para andar sempre pelo mesmo caminho. Eu enjôo, enjôo rápido demais, me canso do comum. Quero poder viver com tudo aquilo que poucos sabem viver.

Admiro o silêncio por sua complexidade, pois poucos o vivem da forma mais bela. Assim, o mesmo faço com meu coração. Vivo de uma utopia diferente. Julgue, critique, siga no mesmo rumo que o trem sempre leva, chegue ao fim da linha como quiser. Quem sabe, ainda possamos nos encontrar, não sei onde, quando ou por que. O vento me leva a cada soprar, portanto não sei onde é o fim desta linha. Não pese a minha vida com hipocrisias. Preciso de leveza para voar ao infinito.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Esmalte da semana: Nick

Olá vocês! Depois de alguns dias de “folga” acá está eu de volta. Claro que devo desculpas pela falta de novidades nos últimos dias, mas com minha viagem acabei não tendo muito tempo para escrever e também acabava nem entrando em nenhuma das minhas redes sociais. Estava completamente of mesmo.

Esmalte, que mulher vive sem o seu preferido? O toque especial que a mulherada não dispensa. Independente das cores ele está sempre na moda, caiu no gosto e na unha e agora nenhuma mulher vive sem, eu pelo menos não sei olhar para minha mão sem ver uma cor linda na pontinha dos dedos. Das mais variadas, cores, marcas, tons ele se tornou o queridinho de todas! Eu amo os de cores fortes e chamativas, algumas já gostam dos tons clarinhos e discretos. O bom é que existe para todos os gostos e preços, não há desculpas para viver sem.

Hoje queria compartilhar com vocês a minha adoração por meus esmaltes novos! Gente, a QTock é uma marca, acredito eu, não muito conhecida aqui no Rio Grande do Sul, pelo menos eu não conhecia. Segundo informações, ela é de São Paulo, mas não sei ao certo e nem se é encontrada em outros estados. Uma conhecida minha viaja muito e sempre trás algumas novidades e esta admito, adorei! Nas últimas viagens ela trouxe inúmeros esmaltes da QTock, são cores lindas, uma infinidade de cores.

Para experimentar comprei quatro, não resisti, três para mim e um de presente para a minha amada mamãe. Achei que nem eram grandes coisa, foi aí que me surpreendi. Além das cores lindas, ele dura bastante, mais do que os que costumo usar e sem falar que uma camada já é suficiente para obter a textura desejada. Não são como esses outros que costumamos usar que é preciso passar duas ou até três camadas para ficar da forma como queremos.

Eu tanto gostei que na semana passada comprei mais quatro esmaltes, um mais lindo que o outro e olha que eram cinquenta cores, acredito que em uma hora consegui me decidi quais iria comprar. Uma coisa é certa, se ela trouxer mais vezes esses esmaltes já tem cliente certa, já que não saberei resistir. Não sei informar por quanto ele é vendido normalmente, mas minha “fornecedora” vende por R$2,00 ou um pouco mais (nos primeiros quatro comprei por um preço e nos outros por um pouquinho mais). 

Para chegar ao resultado que eu por sinal amei, passei como disse uma única camada do Nick e em apenas uma das unhas usei o Irisdecente que é um Glitter lindo, para dar aquele charminho à unha. Adorei a combinação dessas duas cores e vocês? Estou pensando em ir postando os outros que comprei dessa mesma marca, assim verão o quanto são lindos. E vão notar também que por mais que ame diversas cores não há nenhuma que ganhe dos tons de rosa, tenho variedades dessa cor, é que, na minha opinião é a cor que mais combina comigo, não há com não amar.

Já conheciam essa marca? O que acharam? Pra quem não conhece, eu particularmente super indico. Por hoje era isso meninas, espero que tenham curtido o post. Beijinhos e não esqueçam de enviar os comentários e sugestões para os próximos posts ;D

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Anota aí: Caderno customizado


Pedindo encarecidamente a compreensão de vocês, e tentando fugir do clichê, peço desculpas pelo sumiço. Tempo meio apertado e alguns afazeres. Mas vamos direto ao assunto. O anota aí de hoje é sobre customização de cadernos. Ano letivo chegando para alguns e para outros já chegou, e todo mundo correndo para compras dos materiais. E se você é aquele tipo de pessoa que gosta de se diferenciar, e/ou adora uma diversão de artesanato, é pra você o post de hoje!

2013 é meu ultimo ano escolar, e decidi fazer algo realmente diferente, e meu, então pensei em customizar meu caderno, e vou ajudá-los a fazer o mesmo com os seus. É fácil, barato e divertido, digo pra vocês que fiz com a ajuda do meu boyfriend e foi divertidíssimo! Detalhe: o caderno que você for comprar, não necessita ser daqueles decorados e cheios de mimimi, pois a capa será tapada. Então, opte por um mais barato e com o dinheiro que seria gasto em um caderno de valor mais alto, você pode comprar detalhes para deixar seu caderno lindo. Anota aí a dica!

Materiais:

Caderno capa dura; tesoura; papel contact transparente; régua; revistas/jornais/adesivos/fotos e quaisquer papéis para recorte que você tenha, aí varia do gosto de cada um. Você pode seguir um tema, seja algo mais fofo como cupcakes, flores, bichinhos ou algo mais punk como caveiras e cores escuras. Ou pode ser apenas com fotos, a escolha é sua, é só deixar a criatividade fluir.



Primeiro:
Recorte desenhos variados, para que você possa ocupar toda a capa. Importante: ocupe todos os espaços, porque não fica legal quando algo falta e aparece a capa original. 

Segundo:
Comece a fazer a colagem, e torno a dizer, a seu gosto. Até completar toda a capa. No meu, optei por colocar algumas fotos, pois achei que ficaria legal.

Terceiro:
Com o auxílio de uma régua, descole uma ponta do papel contact, deixando um espaço para dobrar e colar na parte de dentro da capa, com muito cuidado para não deixar bolhas, vá encapando. 



E pronto! Seu caderno ficará único e exatamente do seu gosto. Ótimo, não? Tomara que gostem, eu adorei o resultado e estou muito satisfeita.



sábado, 16 de fevereiro de 2013

Você está louca

Oioi. Bom, vim aqui contar uma coisa legal que aconteceu e compartilhar com vocês. Ontem, o blog fez aniversário de um mês ~oin que fofo~ só que quando ele tinha pouco mais de 15 dias, publiquei um post que acabou chamando a atenção de alguém. Foi então, que fui convidada pelo Vinícius Severo, jornalista do jornal O Correio (Cachoeira do Sul - RS) e dono do blog Bastidores da Realidade para escrever um texto cujo seria publicado na coluna dele. (Agora parem pra pensar no meu ataque quando recebi o convite) Sendo que à algumas semanas comentei com alguns amigos o desejo de estagiar em um jornal, eu realmente estava jogando conversa fora, até porque, quais são as chances disso acontecer? Foi aí, que fui surpreendida pelo convite. Hoje só tenho a agradecer pela oportunidade proporcionada, adorei escrever e poder aprender um pouquinho com ele. Segundo o próprio, essa é a forma de me incentivar, afinal, escrevo bem e tenho futuro. ~já pensou a honra de receber um elogio desses?~

Bom, me despeço aqui com meu lindo sorriso no rosto e a coluna que foi publicada no jornal de sábado passado.       ~beijinhos da Mih *--*


Nunca, jamais, em hipótese alguma chame uma mulher de louca. Já vou logo dizendo que essa é a pior coisa que pode ser dita quando você, homem, quer mostrar que está mais certo que uma mulher. Se a sua intenção é acabar com uma briga, saiba que está fazendo isso de forma completamente equivocada.

É antropológico: mulher realmente odeia ser mandada ou contrariada. Foram anos de opressão! Só acho que os homens deviam se sensibilizar um pouco mais e entender, esse pode ser o lado mais compreensivo das mulheres. Admito que podem ser complicadas! No entanto, um homem tentando entendê-las consegue superar a linha do que há de mais complicado, só piorando tudo aquilo que poderiam ou não já ter concluído.

Depois de ver um trailer de um filme onde em mais uma briga de casal o marido esbaforido de tanto barraco, enche o pulmão e em um desabafo grita “você está louca”! A partir de então a mulher parte para a guerra contra o marido. Chamar uma mulher de louca em meio a uma briga é pior que dizer que ela está gorda. Se deseja que uma mulher lembre-se de você por um dia inteiro, diga que ela está acima do peso. Ela vai lembrar o tempo todo, principalmente quando parar em frente a um espelho ou passar a mão por sua cintura. Mas, no fundo, ela vai se culpar por isso, e não a você. Ela pode até fazer greve de fome, começar a frequentar a academia, enfim.  Mas se numa discussão não tente detê-la chamando de louca. Neste caso, o louco sempre será você.

Depois que uma mulher fica brava não adianta remendar. O melhor é ficar em silêncio e esperar que os ânimos se acalmem. Chamá-la de louca é dizer em uma única palavra que não tem domínio do que está dizendo, menosprezar sua opinião, reforçar e afirmar de que ela nem sabe o que está dizendo. Pode até ser louca, mas, não fale! Mesmo de cabeça quente o melhor é guardar para você, ou ela perderá o juízo de vez.

Falo isso por mim também. Não sou o tipo de pessoa que se ofende em ser chamada de louca, até porque pessoas assim são mais felizes. São desprovidas de preocupações, fazem o que realmente querem ou gostam. Vivem de uma forma que muitas pessoas gostariam de viver. Porém, não olhe nos meus olhos e me diga friamente sem menor tom de brincadeira que sou louca! Não me faça mostrar quem é a louca.

Chamar uma mulher de louca é quase como um suicídio, pois se de alguma forma manteve a esperança de que ela poderia te dar algum tipo de razão, esqueça. Mais louco que uma mulher louca é o homem que a desafia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Era um paradoxo. Quanto mais frio ficava, mais derretia

Podia ser qualquer das estações do ano, eu sentia como se estivesse frio, era como se em meu peito estivesse nevando. Era um gelo que cortava por dentro, de tão frio. Eu parecia estar em mais um daqueles filmes de jogos mortais. Meu quarto era o lugar mais quente do mundo, eu preferia ficar ali do que, até mesmo ir para a Disney onde sempre foi meu sonho conhecer. Mas meu quarto amenizava um pouco daquele frio, então eu preferia ficar ali. A cada lágrima, eu sentia que eu derretia mais, eu me acabava a cada suspiro. A cada música que o mp4 tocava.

Minha mãe chegou a pensar que eu estava realmente depressiva, eu pelo menos nunca havia me diagnosticado como tal, afinal eu não pensava em nada, eu não podia. Toda vez em que eu parava para pensar por qualquer que fosse o motivo, era como se facadas fossem dadas lentamente em meu coração.

Eu não queria a companhia de ninguém, a não ser da minha cama, meu mp4 e no máximo um livro ou a Mindy minha gatinha. Ela ao menos parecia me entender e respondia com o mesmo silêncio que eu desejava.

A neve dentro de mim parecia aumentar gradativamente, conforme as suas atitudes rudemente frias quanto a mim aumentavam. Eu simplesmente não entendia aquilo. Por que aquela mudança tão drasticamente? Sem motivos, sem explicações, sem o menor sentido. Você se tornou, assim do nada, o tipo de pessoa grossa que eu odiava tanto e que você por inúmeras vezes também disse odiar. Você se tornou aquele que disse que jamais seria.

Por vezes cheguei a ver fotos de você e nossos amigos na balada, nas festas mais divertidas que podiam ter, eu não estava lá como de costume. Eu sequer chorava, nem se quisesse não conseguiria. Apenas lamentava e ficava indignada, era difícil pra mim aceitar você tão feliz sem ao menos se importar com o inverno constante que você havia criado dentro de mim. O problema não era você estar feliz, até porque, sempre torci por isso, nunca escondi, mas o que doía era você nem lembrar do meu nome. Assim tão depressa fui deletada da sua vida, sem menor remorso, e sem menor esforço. Dói perceber que você nunca teve valor na vida de alguém, não teve menor significado, pelo menos, não tanto quanto esse alguém tinha pra você.

Doeu também ver que foram poucos os amigos que ligaram para saber o que havia acontecido comigo, mas não foi nenhuma novidade, pois sempre soube que amigos de verdade nessa vida são poucos. Porém, foram esses poucos que supriram sua falta e hoje mal lembro do seu nome. Você ficou tão frio, que foi derretendo aos poucos da minha vida, até sumir. Mas lembro que você me ensinou a não valorizar a presença de quem tem a sua como um “tanto faz” pelo menos eu aprendi, e não serei feita de idiota de novo. Você foi o erro que mais deu certo, pois eu aprendi da pior forma, mas de um jeito necessário. E hoje, como se encontra? Também aprendeu alguma coisa? Espero que sim, quando aprendo, também gosto de ensinar.

Já sabe qual maquiagem usar no carnaval?

Oooi, como estão? Bom, eu por sinal vou indo muito bem ;D
Desculpem-me por meu sumiço, digamos que eu estava um tanto quanto ocupadinha nos últimos dias. Mas enfim, aqui estou eu trazendo novidades. Hehe'

Voltei em clima de carnaval, como não? Ele está aí, e a duvida da mulherada é definir qual maquiagem usar nessa data tão esperada pelos brasileiros. Pensando nisso, trouxe aqui algumas sugestões para você se inspirar e deixar a imaginação fluir, porque afinal, é carnaval e tá valendo de tudo ;D

A maquiagem de carnaval pode e deve ser bem ousada, o ideal é ser bem colorida, (mas cuidado na hora de combinar as cores) trazendo para você o espírito carnavalesco. Abuse das cores e das novas tendências de maquiagens 3D, que possibilita diversas combinações. Além das sombras, você pode utilizar delineadores e rímel colorido. Também vale apostar em cheio no glitter e cílios postiços. Anexar cristais à maquiagem traz um glamour extra, vale a pena apostar. Para colar basta um pouquinho de cola do próprio cílio postiço. Após fazer a maquiagem é importante que você utilize um bom fixador. O uso de um batom e uma pele bem feita também é essencial para complementar a maquiagem.

Muitas mulheres não gostam de fazer aquelas super produções para o carnaval e optam por maquiagens mais simples. Tudo bem, o importante é se sentir bem e não deixar de curtir a folia.

Então aqui vai algumas opções, espero ajudar.     ~beijinhos


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

De fato é, ou parece?


"Sou uma boa pessoa." Esta é uma frase fácil de ser dita. Agora, paremos para pensar um pouco: eu, de fato sou uma boa pessoa?
O "ser" e "parecer" definitivamente não andam juntos. Não é como o amor e o ódio, a verdade e a mentira não são coisas que estão ligadas exatamente. A partir do momento que você não faz maldade, você parece ser uma boa pessoa. Há coisas que até poderiam ser consideradas maldades, mas no momento em questão, não são. A mentira, as vezes ela é dita para algum bem, acreditem ou não. A perda, as vezes é necessária para que possamos deixar que entre em nossas vidas, algo melhor.

A aparência, é a palavra chave do mundo atual, mas há mesmo possibilidade de alguém dar mais valor para isso, do que para o caráter?
Tanta gente deixa de SER, para APARENTAR. Como se pode alguém viver assim? Como? Eu sei, nascerão pessoas dizendo que estou sendo hipócrita, que eu também julgo, e que eu estou mentindo. Na verdade, pessoas assim, são o que não faltam. O problema do ser humano, é procurar maldade onde não há, e deixar de ver a bondade onde existe.

O mundo está em constante mudança, o que um dia foi precioso, hoje não faz nem a menor diferença.
Você que aparenta interesse em conhecimento, é o mesmo que reclama da escola? Você que quer "revolucionar" o mundo, é o mesmo que usa as roupas mais caras, para mostrar superioridade? Você que diz ter pena dos sem teto, é o mesmo que nega um prato de comida a um necessitado?
Não, você não é culto. Não, você não é revolucionário. E não, você não é uma boa pessoa. E sabe porque? 

Uma vez me disseram, que se eu tenho dúvida em relação a determinado assunto, e eu vejo duas opções, para que eu ficasse com a segunda. Pois se eu tivesse plena certeza daquela primeira, em hipótese alguma eu teria uma segunda opção. Vê? Eu digo-te, se tu és, não há uma contradição enorme nos teus atos, na tua fala, no teu ser. Se tu és, és. Se tu aparenta, que a verdade seja dita, só vive de "agrados". É o momento, e é uma mentira. A aparência, só serve fisicamente na hora de uma entrevista de trabalho, ou algo do tipo. Se tu quiseres conquistar a confiança de alguém, que seja sendo você mesmo, e não quem você quer "aparentar". Não mude o que você realmente é, com uma aparência só para satisfazer alguém, porque se este alguém merecesse, te aceitaria como é.

Não sinta vergonha de mostrar tuas raízes, e de mostrar a tua verdadeira cara. Não negue tua verdade. Já que se está vivendo, porque não arriscar? A "não aceitação'' está aí, em tudo, nem por isso se deve deixar de tentar. Não importa teu sobrenome, ou tua conta bancária. Só é eterno nesse mundo, o nome de quem contribui de alguma forma. Deixe a tua marca, mas por ser. Quando eu digo "ser", é entendível, não é mesmo?

Faça, mas porque é naquilo que tu acreditas, e é naquilo que tu vê bondade. Não para crescer, com uma máscara que te dá reconhecimento, de que serve esse reconhecimento se é por uma falsidade?
Por que não hoje mesmo, mudar sua vida de aparências? Por que não hoje, se entregar a realidade da tua alma?
Pense menos, e aja mais com o coração. Julgue menos, e viva mais. Seja por ser, e não por parecer...

E o que dizer quando uma festa não tem final feliz?


E o que dizer de um dia tão triste como esse? Não há palavras que possam ser ditas para explicar o que se passa no coração de quem sente esta dor, nem o que dizer para confortar tais corações que sangram. Uma perda enorme para todas as famílias e amigos desses jovens que precocemente foram-lhe tirados a vida. Um dia que vai ficar marcado para sempre na memória de todos os gaúchos. Força pra todos que perderam pessoas queridas e também para aqueles que assim como eu não tinham ninguém muito próximo no ocorrido, mas sente e se comove da mesma forma.

O que dizer sobre uma noite que não terminou? Ou melhor, a noite que definitivamente tudo acabou. Sobre escolher o melhor vestido, o salto que mais fica perfeito com o look, o make mais lindo de todos, levar horas e horas se arrumando para uma festa e ainda a expectativa sobre ela durante a semana.
O que dizer sobre aquela camisa, o jeans e o tênis novo comprados especialmente para a festa em que 'ela' iria estar. No fim da noite o tênis, a bolsa, o sapato.. todos espalhados pelo cenário mais horrorizante que Santa Maria já viu.

O domingo do dia 27 de Janeiro de 2013 amanheceu de uma forma diferente no coração do Rio Grande. Em vez das novidades sobre o gato que convidou pra sair. A bebedeira com os amigos. A festa que estava boa. Ouviam-se apenas sirenes e o desespero dos corações, as lágrimas incontroláveis. A aflição pelo filho que não atende o celular. O amigo que sumiu. O irmão que foi reconhecido entre os mortos. O sobrinho que foi levado às pressas ao hospital. E o alívio, de ouvir a voz daquele que temias nunca mais ouvir. Se o coração chora, o corpo reagi. É assim que se encontram os gaúchos depois de receber tal notícia.

A morte é estranha, sabemos que é inevitável e que, para que nos encontre, basta estarmos vivos, mas mesmo assim, acreditamos sempre que ela está longe e por mais que sabemos de que dela ninguém está livre não há como aceitá-la quando chega a hora de quem amamos. E mesmo todos aqueles que desejam ir para o céu, não querem morrer para ir até lá. A morte é a coisa mais verídica que existe, no entanto, saber disso não basta para aceita-la diante de nós.

E o que dizer sobre tudo aquilo que foi deixado para o dia seguinte? O passeio no parque. A visita aos avós. O jantar com a namorada. O filme que queria assistir. A ligação que ia fazer. O pedido de desculpas que já devia ter pedido. O eu te amo não dito. O abraço negado. O livro que tava na metade. O trabalho da faculdade, que estava quase no fim. O carro novo que ia comprar, só faltava ir pegar. A visita às amigas que não via a anos. A roupa que tinha escolhido para o batizado da afilhada. O casamento com data marcada. A música que ficou em “pause” na metade.

O que dizer quando tudo isso é interrompido? Tirando você do próprio filme. O protagonista de sua própria história. Como tudo isso será feito sem o personagem principal? Somente ele poderia dar continuidade à tudo que foi deixado pro amanhã. É como deixar um filme na metade.  

Do nada tudo acaba, de uma hora para outra você é obrigado a sair no melhor da festa. Sem se despedir de ninguém. Sem se declarar para a garota à quem estava apaixonado à alguns meses. Sem ter dançado com o garoto mais lindo da festa. Sem ouvir sua música preferida pela última vez. Assim, sem um adeus, sem um eu te amo, sem um pedido de desculpas a quem magoou. Você é obrigado a deixar que daqui em diante, os outros arrumem suas coisas. Suas roupas espalhadas, seus cadernos do cursinho, o computador intocável. Logo você, que sempre disse que “das minhas coisas cuido eu”. Os outros agora serão obrigados a conviver com o silêncio no lugar daquele espaço que sua voz ocupava antes. Terão de entrar no seu quarto sem te ver na frente do computador ou estudando para aquele exame difícil. Terão de ouvir a música que você deixou pela metade. E sentiram a dor de arrumar suas coisas, juntar suas roupas espalhadas ao chão, pela última vez.

E o que fazer quando a festa não tem final feliz? Quando essa foi a última vez que subiu no salto, passou o perfume preferido, se produziu para a melhor festa.. A melhor, para quem não sabia do futuro. Hoje sobram as dores, mas a lembrança de cada sorriso guardado na memória. As poses para as fotos, e os risos das caretas, as lembranças dos momentos mais simples até os mais extraordinários, hoje relembrados através de todas aquelas fotografias. O seu sorriso ainda está estampado no perfil do facebook, e é ele que deve ser eternizado, para que as pessoas lembrem que você era muito feliz ao lado delas e que em algum lugar ainda vão se encontrar, se abraçar e dizer “finalmente, eu estava com saudades”.

Mais uma vida jogada fora
Um coração que já não bate mais, descanse em paz
Sonhos que vão embora, antes da hora
Sonhos que ficam pra trás
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol quando a noite cai?
E agora?
A dor é do tamanho de um prédio
A casa sem ele vai ser um tédio
Não tem remédio, não tem explicação, não tem volta
Os amigos não aceitam, o irmão se revolta
A família não acredita no que aconteceu
Ninguém consegue entender porque o garoto morreu
Tiraram da gente um jovem tão inocente
E a sua avó que era crente hoje tem raiva de Deus
O seu pai ficou mais velho, mais sério e mais triste
E a mãe simplesmente não resiste
Além do filho, perdeu o seu amor pela vida
E a nora agora tem tendências suicidas
E a namoradinha com quem sonhava se casar
Todo mundo toda hora tem vontade de chorar
Quando se lembra dos planos que o garoto fazia...
Ele dizia: "Eu quero ser alguém um dia"
Sonhava com o futuro desde menino
Ninguém podia imaginar o seu destino
Mais uma vítima de um mundo violento...
Se Deus é justo, então quem fez o julgamento?
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol?
Quando a noite cai?
Por quê um jovem que vivia sorridente perde a sua vida assim tão de repente?
Logo um cara que adorava viver
Realmente é impossível entender
Nenhuma resposta vai ser capaz de trazer de novo a paz à família do rapaz
Nunca mais suas vidas serão como antes
E eles olham o seu retrato na estante
Aquele brilho no olhar e o jeitão de criança
Agora não passam de uma lembrança
E a esperança de que ele esteja bem, seja onde for,
Não diminui o vazio que ele deixou
É insuportável quando chega o seu aniversário
E as suas roupas no armário parecem esperar que ele volte de surpresa
Pra ocupar o seu lugar vazio à mesa
A tristeza às vezes é tão forte
A tristeza às vezes é tão forte que é mais fácil fingir que não houve morte
Porque sempre que ele chega pra matar as saudades
Ele vem com aquela cara de felicidade
Alegrando os sonhos e querendo dizer que a sua alma nunca vai envelhecer
E que sofrer não é a solução
É melhor manter acesa uma chama no coração
E a certeza na mente de que um dia se encontrarão novamente.



Na então trágica madrugada, três jovens da minha cidade (Cachoeira do Sul - RS) se encontravam na boate e não conseguiram correr a tempo.. É com muitas lágrimas escorrendo por meu rosto e os olhos inchados que venho desejar muita força para todos os amigos e familiares em especial desses jovens aqui de Cachoeira. Cada um cumpre sua missão, sei que é difícil aceitar, mas de alguma forma leve sempre o sorriso desses três garotos como a forma que eles com certeza gostariam de te ver, assim, com tal sorriso no rosto. Sei que a dor da perda não é fácil superar, mas é preciso muita força e muita fé.


Dentre tantas homenagens que vi (e sem sequer em uma delas conseguir conter as lágrimas) esta foi a que mais gostei. A música foi feita para um desses três jovens e achei incrivelmente linda e perfeita. Não paro de ouvir. O cara que fez e canta manda muito bem e a melhor coisa é ouvir uma música escrita com sentimento. Ainda mais, quando se fala do sentimento que centenas de pessoas estão sentindo ao mesmo tempo.


~Este post fica unicamente em homenagem a todas as vítimas dessa tragédia que marcou não somente os gaúchos, mas assim como o Brasil inteiro.